Depois da música são os ritmos cabo-verdianos a conquistarem o espaço internacional. Entre os professores de Cabo Verde e os alunos portugueses, espanhoís, londrinos e chineses anulam-se as diferenças culturais e nasce a simbiose por entre os ritmos quentes.
Nos anos 80 surguiram os grupos: Estrelas de Cabo Verde, Mindel Stars e Mindelgina. Muitos dos seus integrantes possibilitaram a expansão das danças de Cabo Verde. A kizomba é, actualmente, o ritmo africano mais internacionalizado e em Cabo Verde assume algumas particularidades como afirma Zé Barbosa, bailarino desde os doze anos e professor há nove. Nas suas aulas encontramos a "kizomba na passada" que inclui mais movimentos do que na kizomba tradicional de Angola.
Avelino Chantre, bailarino há vinte anos começou a sua experiência no grupo Estrelas de Cabo Verde onde realizou um trabalho de recuperação dos ritmos tradicionais como a mazurca, o funaná e o batuque. Transmite os seus conhecimentos desde o final dos anos 90 em Portugal, Espanha, Brasil e Holanda.
O batuque, ritmo dançado e cantado por mulheres, tem conseguido afirmar-se fora das fronteiras nacionais, despido do significado social de evocação sexual das mulheres. Apresenta-se, presentemente, como um ritmo de palco e um estilo musical eternizado nas composições de Orlando Pantera. Marlene Fortes realiza workshops de batuque pelo puro prazer de dançar e ensinar. Apesar da experiência como bailarina afirma que em Portugal ainda não existem as condições "ideais" para desenvolver a actividade.
A dança já chegou a Londres através do professor Kwenda. Há oito anos começou a dar formação de dança e ganhou o primeiro prémio no concurso DANZA CAFÉ, da Radio Televisão Portuguesa. Com uma experiência reconhecida o bailarino rejeita os estereótipos de profissional ou formador e interpreta o trabalho que realiza como uma comunicação que estabelece consigo mesmo e como um estímulo que transmite aos seus alunos, deixando-lhes a capacidade de interpretação e criação. Conta-nos que em Londres começou por ensinar a kizomba que é o género mais conhecido e que através dessa experiência pretende iniciar o ensino das danças tradicionais cabo-verdianas.
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